Exposição de André Venzon

Qual é o seu lugar? Esse é o seu lugar? A cidade é o meu corpo.

Essas são as indagações que compõe a série do artista e que pairam pela exposição, demonstrando a clara intenção do autor em mostrar a falta de identidade acarretada nos grandes centros urbanos.
Os não-lugares e lugares que se contrapõem.
A respeito disso segundo o artista o não-lugar é um lugar também, mas não tem uma identidade, ele tem mil identidades, ai se pararmos para analisar, este lugar tem alguma identidade se ele tem todas? Os não-lugares estão se multiplicando, e os lugares, com uma carga de memória muito forte, estão desaparecendo. Então os não-lugares estão forjando memória numa sociedade contemporânea.

Os grandos centros urbanos estão se prostituindo e perdendo seu valor, sendo destruido.

A partir dessa concepção é que ele traz uma série que é composta por fotos, vídeos e objetos.
Me esqueci de bater foto da serie boates. Mas eu filmei. Nela o artista busca a noite como um lugar de contradições profundas, principalmente, entre silêncio e diversão, esvaziamento e transgressão.

E a respeito do lugar da região, que ele recuperou em sua obra, eu fiquei surpresa, tanto com o lugar, quanto com a forma que ele o apresentou. Tanto que gerou até uma discussão a respeito das versões e dos porquês. Era um video editado, que mostrava uma igreja entrando e saindo do meio das aguas. Tudo isso aliado a gemidos, que nos remetiam a uma relação sexual.

Este lugar nada mais é que a igreja da barragem do rio São Bento.

A exposição provocou um olhar critico, diferente, investigador e não só de simples contemplação, como vinha ocorrendo em algumas outras exposições.

É bom quando percebemos olhares diferentes numa mesma obra, e depois temos a oportunidade de ter contato com o próprio artista para assim ele desvendar a sua verdadeira intenção com aquele trabalho. E foi isso que aconteceu.

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O video!